quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Thessa

Seu nome rima com tear,
Com tecer.
Avessa,
E com tez.

Nossa amizade é,
com certeza,
travessia.

Atravessemos então,
e nossas diferenças se fazem
Chão
que pisamos,
para seguir.

Nessa alteridade, e
no caminho que se fez,
juntas, somos altezas.

domingo, 25 de novembro de 2012

Lupa



Costumo aumentar histórias
Quando elas são historias que
Merecem viver
Em mim

Perdurar é fazer viver
O que passou.

Não aumento histórias banais
Elas não merecem reaver
Com meu destino 

O tempo apaga, mas 
A memória acende

E do fogo que foi,
Eu-você
Da banalidade de uma noite clara,
Só tem cinza
E um pouco de vazio.

Não te aumento
E você é pequeno.

Doce criatura infantil,
Meus olhos nunca serão lupa pra você .

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ademais

Ser em demasia, é para poucos.
Flanar, flutuar, voar, até reconhecer
O inexorável peso de viver
Em gravidade.

O peso do mundo nos olhos
A responsabilidade de ter
Em si
Para si
Para os outros
O peso daqueles que não sabem suportar
-Eu suporto por vocês, ele diz.

Desejo eterno de ser pai.
A tentativa de ser etéreo
Se junta
Ao inevitável peso de ser
Para outro
Aquilo que se é.

Para si:
O mundo é meu, e seu.
Mas se eu puder, eu sofro por você.

A minha eternidade se faz assim:
Sou, mas te carrego.
E vamos voar juntos,
Quando possível.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Menstruar a lua

É sempre nela,
na lua,
a mesma,
que meu corpo fabrica sangue.

Devolve à Terra o peso de parir
o mundo todos os dias,
uma vez por mês.

O sangue é um prazer,
relaxado,
que escorre, afoito,
pro ralo da terra.


Menstruar é
ser lua,
cada mês.

Lua Nova, chega logo!
Preciso e quero
jorrar sangue.