segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

denso.


A densidade me apavora. Talvez por isso a chuva me deixa num estado de nervos. Tenho medo de virar vapor de água, ou de me misturar à agua, que escorre no bueiro. 
Fora isso, o ser-calango tão característico dessa terra que é natal, faz com que eu ache extremamente esquisito os musgos verdes que começam a crescer nos troncos, e até mesmo nas laterais dos bueiros. A umidade é estranha. O nariz não coça como antes, e os cabelos demoram a secar. A água carrega o peso do ar. Eu tenho medo de ser tão densa a ponto de virar gota. E em sendo gota, me derramar por aí. 
Ao mesmo tempo, o tom cinza das nuvens, que cobrem o céu, que fora azul. Água tem dessas coisas de transformar. Se transforma azul em cinza, o que fará de mim? 


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